quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Teologia em Foco

Diante de tantas inadequações das abordagens éticas contemporâneas do mundo atual que está imerso em relativismo e sofismas, não resta dúvida que o cristão deve guiar-se pelos princípios da Palavra de Deus. A cada dia novos conceitos e propostas que vão contra os ensinamentos bíblicos têm sido incutidos de forma disfarçada em textos, orientações comportamentais e até em programas de televisão que atingem as diversas camadas da sociedade bem como todas as faixas etárias.

Somos influenciados todos os dias pelos meios de comunicação e tele informação que de maneira estratégica e proposital lutam contra os princípios bíblicos e tentam demonstrar para as pessoas, que esses conceitos são ultrapassados e inválidos para a sociedade contemporânea. Para exemplificar melhor as afirmações acima, tomemos como partida a expressão mais utilizada na atualidade “NÃO TEM NADA A VER”. Essa frase que parece tão inofensiva a princípio é muito preocupante. A sociedade tem perdido muitos de seus valores e passado por cima de normas utilizando como ponto chave essa expressão.

Não é novidade que esta frase secular seja usada por pessoas mundanas, o grande problema está na utilização da mesma, por pessoas cristãs que têm o conhecimento da verdade. Mas como não compactuar com essas verdades não bíblicas? Como o cristão pode posicionar-se sem ferir os princípios bíblicos utilizando a ética cristã?

Segundo os Pr. Elinaldo Lima em seu livro Ética Cristã existem oito princípios éticos que podem ser usados para nortear o comportamento de pessoas que realmente querem servir a Deus num mundo relativista. Os princípios citados por ele são:

1-O princípio da fé (Rm 14. 22.23)

A idéia principal deste texto é em relação à fé e a convicção do crente diante da presença de Deus. O que entra como ponto relevante é o que o crente tem feito ou não. Com convicção nos princípios da palavra não precisamos recorrer aos conceitos humanos para se posicionar quanto as atitudes ou palavras. A palavra nos assegura que mediante a dúvida é melhor não fazer, pois “tudo que não é de fé é considerado pecado”. Mas o fato de não ter dúvida significa que tudo é aprovado? Isso não é questão de aprovar ou não aprovar. Uma pessoa pode aprovar algo, e fazer, por entender que é de fé. O que é necessário é ter uma atitude ou um pensamento de acordo com a Palavra de Deus.

2- O princípio da licitude e da conveniência (I Co 6.12)

Esse princípio está relacionado ao que eu pretendo fazer ou dizer tem base na Bíblia. “O que desejo fazer é lícito? Convém fazer, segundo a Palavra de Deus? Se a resposta for positiva, a atitude será lícita. Se não, deve ser descartada, por ferir a ética cristã, não é devido a uma questão pessoal, mas por ter, ou não base na Bíblia.

3- O princípio da licitude e da edificação (I Co 10.23b)

Não se baseia apenas em procedimento lícito, mas é necessário que o que é feito contribua com a edificação do cristão. O principal é a edificação espiritual do crente. É necessário um posicionamento ante o fazer ou não fazer algo. O cristão deve combater o relativismo moral que tem invadido as nossas igrejas. Devemos mudar a mentalidade que a igreja não é um lugar para se ter apenas encontros com os irmãos. Lá é lugar de valorizar a mensagem bíblica.

4- O princípio da glorificação a Deus (I Co 10.31)

É um princípio cristão que abrange qualquer coisa que demande um posicionamento segundo a Palavra. Assim, qualquer atitude ou decisão a tomar, em termos morais, financeiros, negócios, transações, etc., tudo pode passar pelo crivo do princípio da glorificação a Deus, e o crente fiel, na direção do Espírito Santo, saberá responder sem maiores dificuldades.

5- O princípio da ação em nome de Jesus (Cl 3.17)

O principal nesse texto é a autoridade que foi dada ao servo de Deus para fazer algo ou deixar de realizá-lo através do Nome de Jesus. Observa-se aqui a importância de tomar uma decisão em qualquer área da vida orientando-se por poder realizar uma ação ou não baseada no Nome do Senhor.

Suponhamos que um irmão é tentado a adulterar com uma mulher, amiga sua. Se ele se descuidar, não vigiando e orando, poderá cair. Mas, se diante da proposta diabólica, indagar: “Posso fazer isso ‘Em nome do Senhor Jesus?’ ” É lógico que, se ele tiver um pouco de temor a Deus, jamais irá fazer algo pernicioso em nome de Jesus.

6- O princípio do fazer para o Senhor (Cl 3.23)

Antes da realização de qualquer coisa devemos perguntar se o que queremos fazer é para agradar a Deus ou aos homens. Agradar aos homens é anticristão. Na vida cristã, surgem verdadeiras armadilhas, como testes para a fé e a convicção do servo de Deus. Uma ótima estratégia é confiar sempre na Palavra e não no coração. Pois o principal é agradar ao Senhor Jesus.

7- O princípio do respeito ao irmão mais fraco (I Co 8.9-13)

Desse texto, podemos tirar várias lições para a vida do cristão em relação aos outros irmãos mais novos na fé, ou mesmo antigos, que têm consciência fraca. O apóstolo chega ao extremo de dizer que se pelo manjar que come, um irmão se escandaliza, nunca mais haveria de comê-lo.

8- O princípio da prestação de contas (Rm 14.10-12)

Jesus, em seu ministério terreno, chamou a atenção para a prestação de contas, por ocasião de sua vinda em glória: “Porque o Filho do Homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e, então, dará a cada um segundo as suas obras” (Mt 16.27). Obras falam de atitudes, de comportamento, de ação. Em termos da ética cristã, não há dúvida de que cada pessoa prestará contas a Deus, no seu tribunal divino, do que fizer ou deixar de fazer. Isso em relação à prestação de contas futuras.

Entretanto, aqui mesmo, nesta vida, há muitos de quem Deus tem cobrado a prestação de contas antecipadamente por causa de seus atos pecaminosos, e há, também, aqueles a quem o Senhor tem galardoado pelas suas boas obras ou atitudes.